Declaração
“Não há
nada mais parecido a um fascista do que um burguês assustado.”
-
Bertold Brecht
A todos que ousam lutar pela
liberdade
Irmãos:
Essa declaração surge da
necessidade de alimentar a luta por liberdade, por justiça e por igualdade a
todos os povos e mais diretamente ao povo brasileiro que passa por um momento
critico com ameaças de ascensão de um regime autoritário e fundamentalista, e
de diminuição de liberdades e de direitos, o momento agora é de intensificar a
luta, a organização e tomar o futuro em nossas mãos.
Para muitos setores da sociedade
o processo eleitoral traz a esperança de que é possível melhorar a qualidade de
vida da população marginalizada e que podemos alcançar a justiça e a igualdade
através do voto. Nós anarquistas já sabemos que a liberdade e a justiça não se
concede, se conquista. Já sabemos e reiteramos
o Estado não nos trará melhoras, pois ele é o causador das nossas
dificuldades, da violência e da nossa desigualdade.
A ultima eleição foi sustentada
por falsas noticias falsas promessas, ameaças de ainda maior redução de
direitos dos trabalhadores, ameaças essas vindo da direita e da esquerda, com
crise a financeira recaindo sobre o lombo do trabalhador e com inúmeros casos
de violência física e psicológica a quem ousa pensar diferente. De um lado do
espectro político-partidário um projeto de governo de esquerda, arruinado por
corrupção, desestruturação, aparelhamento sindical, tentativas de conciliação
de classes, apoiado por uma parte da burguesia empresarial, com uma forte
repressão aos movimentos de massa independentes e a desmobilização dos
movimentos aparelhados ao partido. Do outro espectro um candidato de
extrema-direita não menos corrupto, apoiado por fundamentalistas religiosos,
pela maior parte dos grandes empresários, financistas, banqueiros,
latifundiários e indústria armamentista, com um projeto de governo neoliberal,
que defende abertamente a redução de direitos dos trabalhadores, enquanto
diminui os tributos dos super-ricos, projetos de militarização das escolas,
ataques diretos a minorias, gays, comunistas, PTistas, esquerdistas, provocando
uma onda de violência que já acabou na morte de algumas pessoas contrárias ao
candidato.
Essa é a situação em que nos
encontramos em meio a uma eleição, escolher qual veneno vamos tomar, se de uma
esquerda anti-povo justificando métodos
neoliberais somados a pequenos investimentos estatais contra a crise, ato esse
já saturado e que se tornou inviável nos últimos anos. Ou uma direita
neofascista, que defende o armamento e o assassinato como método para resolver
o problema da violência, o regime neoliberal que vê na retirada dos direitos
dos trabalhadores e na intensificação da desigualdade social como forma de
reverter a crise provocada pelos mesmos.
Nisso vemos uma falsa polarização
entre apoiadores do neofascismo Bolsonariano e de um projeto petista de governo
já há muito desgastado. Contudo, a realidade demonstra outra situação bem
diferente, sem cair no falso argumento de anti-Bolsonaro ou anti-PT vemos que o
número de pessoas indispostas e cansadas da política eleitoreira e partidária
aumentou significativamente, basta ver a quantidade de votos nulos/brancos e
abstenções. A explicação é a
desconfiança tanto com o Estado quanto pelo processo eleitoral viciados,
imorais, sustentados na corrupção, na chantagem, na intimidação, no roubo e na
falsificação. Necessitamos agora levantar a nossa bandeira da autonomia, da
autogestão, da organização horizontal, somarmos forças pra esmagar o neofascismo
descarado e desumano através da ação direta, NA RUA, que é onde as mudanças
acontecem.
E é negando insistentemente que o
Neofascismo não pode ser derrotado nas urnas, que o Estado não garante a
justiça, pois ele é por si injusto, e que a LIBERDADE não pode ser dada, mas
apenas CONQUISTADA, baseados nisso DECLARAMOS:
1.
Convocação
de todos anarquistas, a fim de, trabalharmos juntos em uma única organização.
2.
Formação
de grupo de resistência e autodefesa de mulheres, pretos, periféricos,
lgbts.
3.
Convocação
de assembleia para ATO ANTIFASCISTA.
4.
Colocação
do anarquismo como um agente de destruição do fascismo religioso brasileiro.
5.
Ação
direta contra os palácios governado pelo fascismo.
Anarquismo não é nem de esquerda nem de direita,
anarquismo é de luta.