Cultura do Estupro:
Democracia e Limites
Semana passada um caso tomou conta da imprensa e das redes sociais, um
caso de grande indignação. Uma adolescente de 16 anos, dopada, filmada e sendo
atacada por, segundo contas dela, 33 homens que não contentes pelo ato,
filmaram e divulgaram de forma ofensiva não se importando com as consequências
dos seus atos. Sobre a democracia, mesmo com um caso tão repugnante e doloroso
o qual mencionado e divulgado, percebe-se uma evolução e uma grande consciência
dos direitos e desejos de emancipação da mulher na sociedade. Vivemos, talvez,
em uma época que a discussão se faz presente e importante. Se fosse a alguns
anos atrás, a punição seria pedida e comemoraríamos a ida de mais um infrator
preso(caso do maníaco do parque). Entretanto uma educação coerente e crítica a
uma cultura do estupro se faz presente. Presente pois, não é um caso isolado e
tem uma reprodução de aceitação social e cultural com um enorme reforço da
mídia, que aproveita e condena o excesso. Mas disponibiliza, pelo seu
entretenimento, a venda da mulher como objeto. Prosseguindo na democracia, o
que afinal deve ser feito? Naturalmente, é claro, que a educação e uma maior
consciência da importância da emancipação da mulher na sociedade se fazem
necessários, porém é preciso haver confronto com a fala machista, os olhares,
assobios e comentários, coibir o preconceito e os mal dizeres é uma medida
essencial nesse primeiro embate ao meu ver juntamente com a educação para que
todos entendam que sem a liberdade da mulher não haverá, futuramente, uma
sociedade libertária. Sobre os limites percebemos que o caso pode ser esquecido
como vários que tiveram grande repercussão ou indignação, causando frustração e
uma sensação de vazio na liberdade feminina.
Isso diz muito sobre os limites que impomos na discussão de algo
cultural e nocivo, algo que impede uma luta maior contra a injustiça que ocorre
com a mulher, principalmente as mais jovens que são tratadas com nomes
pejorativos e um desejo alimentado por termos como "novinha" e até em
músicas de cunho apelativo e sexual. A educação e uma consciência por parte de
todos forçando uma reformulação do pensamento e dos gostos é necessária.
Reiterar a luta é incentivar o boicote e criticar sistematicamente o papel
desses formadores de opinião para o limite do empoderamento feminino, caso do
comediante Danilo Gentil com um comentário em 2012 sobre o estupro no seu
twitter, não se importando com o papel da mulher ou sua figura de formador de
pensamento, discutível, mas notório nas redes sociais e em seu programa que
conta com boa audiência.
"Levantamento do IPEA, feito com base em dados de 2011, mostrou que
70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes; cerca de 15%
dos estupros registrados no sistema do Ministério da Saúde envolveram dois ou
mais agressores; 70% dos estupros são cometidos por parentes, namorados ou
amigos/conhecidos da vítima." ¹Pelo fim do machismo e da cultura do
estupro!
No mais, o GEA repudia qualquer forma e tentou, por meio deste texto
didático-expositivo, expor o que é democracia e quais são os seus limites
dentro de uma sociedade cada vez mais consciente do seu papel revolucionário de
luta. O machismo terá fim quando os homens ajudarem na igualdade da mulher e
quando a mulher for igual, o capitalismo estará contando seus dias.
Anarquismo é luta por igualdade,
sempre!
Viva a Luta da Mulher !!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário